segunda-feira, 30 de maio de 2011

Is this love?

Há uma luz iluminando meu olhar, e pra onde quer que eu olhe, só vejo flores. Há uma seda em minha pele, fazendo com que eu me sinta leve e limpa constantemente. Há um frio em minha barriga, um suor em minhas mãos, uma tremedeira em minhas pernas... Não quero diagnosticar precipitadamente, mas sinto algo tão bonito, tão sedutor. De tal forma que não posso cogitar a idéia de hesitar.
É uma junção de afeições, momentos e gestos extremamente carinhosos, decisivos para a formação de um sentimento (muito conhecido). É algo que não me apressa, nem me agonia, só me acalma. Me satisfaz de uma maneira completa. O exacerbo de palavras não fará com que o mesmo seja descrito com a devida clareza, sobretudo, em sua total complexidade. Mas por fim, serei breve ao dizer que o que sinto, não me parece passageiro nem tampouco fútil.

sábado, 28 de maio de 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Paixão, amor, casamento...

Pesquisas neurocientíficas mostram que é possível sentir-se encantado pela mesma pessoa por décadas


Você já se imaginou vivendo 10, 20 ou 50 anos com a mesma pessoa? Sentindo sempre o mesmo prazer em sua companhia, o mesmo conforto em seus braços? Se a perspectiva parece interessante, agradeça ao seu cérebro (e se não lhe agrada, a culpa é dele, também). De certa forma, é curioso que laços afetivos fortes, como os amorosos, sejam tão importantes para nossa espécie. Tecnicamente, viver em sociedade, ou mesmo em pares, não é obrigatório para a sobrevivência de nenhum animal – vide tantos mamíferos, aves e outros bichos que procuram um par somente para o acasalamento e imediatamente depois seguem cada um o seu caminho.
Se gostamos de formar pares a ponto de investir boa parte de nossa energia, tempo e esforços cognitivos em convencer um belo exemplar do sexo interessante de que nós somos a pessoa mais sensacional e desejável na face da Terra, é porque o sistema cerebral humano, como o de outros animais sociais, é capaz de atribuir um valor positivo incrível à companhia alheia. Isso é função do sistema de recompensa, conjunto de estruturas no centro do cérebro especializadas em detectar quando algo interessante acontece, premiar-nos com uma sensação física inconfundível de prazer e satisfação e ainda associar esse prazer com o que levou a ele – o que pode ser uma ação, uma situação, um objeto ou... alguém.

Conforme o prazer se repete na companhia dessa pessoa, o valor positivo que atribuímos a ela é reforçado (enquanto torcemos para que o mesmo aconteça no cérebro dela, associando um valor cada vez mais positivo à nossa própria companhia, claro). É o que fazemos no período de namoro, quando conversas interessantes, passeios agradáveis, boa música, boa comida e carinho oferecem prazeres que vão sendo associados à companhia do outro. Se rola sexo, então, melhor ainda: o prazer do orgasmo funciona como uma cola extraordinária para o sistema de recompensa, que atribui (corretamente!) a satisfação incrível àquela pessoa específica (mas é verdade que isso não funciona tão bem em alguns cérebros...).
Com a repetição, o sistema de recompensa vai aprendendo a ficar ativado não apenas em resposta, mas também em antecipação à presença daquela pessoa. Esse prazer antecipado é a motivação, que nos dá forças para alterar compromissos, abrir espaço na agenda e ficar acordado madrugada adentro. Essa é a paixão, estado de motivação enorme em que se faz tudo em nome de mais tempo na presença do ser amado.
Quando vira amor? Essa questão é complicada, mas existe ao menos uma definição operacional curiosa: passado o ardor da paixão, descobre-se que se ama alguém quando pensar em uma vida sem ela causa angústia sincera e profunda. O amor é esse laço que faz seu cérebro achar que sua felicidade está vinculada à presença e à felicidade do outro e que fazê-lo feliz dá novo sentido à sua vida. Nesse estado, desejar o casamento é apenas natural.
Se é para sempre? Depende de vários fatores, alguns deles fora de nosso alcance, como ser traído (e não apenas sexualmente). A boa notícia da neurociência sobre a longevidade dos relacionamentos amorosos é que eles não estão necessariamente fadados ao esgotamento: é, sim, possível se sentir apaixonado décadas a fio pela mesma pessoa. E não é mero acaso de sorte: você pode fazer sua parte. É uma questão de continuar inventando e descobrindo novos prazeres a dois. Tudo para manter o sistema de recompensa do outro interessado em você...

Mente e Cérebro, edição 214; artigo de Suzana Herculano-Houzel

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vontade excêntrica...

De repente, uma vontade de tudo... De falar, de agir, de ficar, de ir, de ser, de continuar, de permanecer, de mudar, de sorrir, de ouvir, de ver, de sentir, de causar, de hesitar, de doar, de chorar, de imaginar, de começar, de sonhar, de amar... Dentre todas elas a mais fascinante é a vontade de amar, que não deixa de crescer em mim a cada dia que passa sem conter-se no que se refere a emoção.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Um da Martha Medeiros :)

"Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia 
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua."
(Martha Medeiros)